“O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração.”
Listado como um dos 1001 filmes para ver antes de morrer, Metropolis é um dos clássicos absolutos e indispensáveis quando falamos em produções de ficção científica e do expressionismo alemão. Sendo o filme mais caro de sua época, foi dirigido por Fritz Lang, nascido na Áustria, mas que fez sua carreira entre a Alemanha e Hollywood. Em 2008, foram encontrados na Argentina 30 minutos “perdidos” do filme, que após uma restauração, foram acrescentados à versão já conhecida.
Metropolis conta a história de…
Uma cidade, no ano de 2026, governada por Joh Fredersen (Alfred Abel). Na parte superior dessa cidade ficam os poderosos, e no subsolo ficam os escravos. O filho de Joh, Freder (Gustav Fröhlich), conhece Maria (Brigitte Helm), que é a líder desses escravos e que acaba sendo a mediadora entre eles e os poderosos. É com esse ponto de partida que o enredo de Metropolis se desenrola.
Contextualizando
Metropolis faz parte do movimento cinematográfico conhecido como expressionismo alemão. Essa corrente estética surgida no início do século XX tinha como características, no cinema, atuações extremamente teatrais, olhos muito arregalados, sentimentos ambíguos do ser humanos, dor, agonia, sofrimento. Ele também suscita no espectador uma relação íntima com a obra.
O filme Metropolis estabelece essa relação íntima ao abordar temas pertinentes como conflitos familiares e a opressão sofrida pela classe trabalhadora. Basicamente o filme trata sobre essa batalha entre classes. De um lado a alta, opressora, e de outro a classe trabalhadora, que oprimida e sem para onde correr, se rende aos opressores e faz deles bem sucedidos. Além disso, temos através das máquinas e robôs a demonstração da desumanização através do trabalho. Uma crítica firme ao capitalismo.
Influenciador
As características futurísticas e de “denúncia à sociedade” obviamente fariam de Metropolis um filme importante e referência em outros meios de arte. Talvez seja um dos filmes mais usados como referencia em vídeos, fotografias e outros meios artísticos. Eu, particularmente, o conheci através de uma dessas referências que foi no clipe Express Yourself (1989), da cantora Madonna.
Radio Ga-ga (1984), da banda inglesa Queen também já tinha se inspirado.
C-3PO, o robô da saga Star Wars foi baseado na ginoide de Metropolis.
E, por fim, a cidade do filme Blade Runner (1982).
Metropolis deve ser assistido porque…
Apesar de ser clichê dizer isso, Metropolis é extremamente atual. Apresenta a eterna luta entre classes e mostra que para essa relação dar certo, deve-se haver um mediador, metaforicamente chamado de coração. No filme é Maria. E atualmente, quem seria o mediador entre “a mente” e “as mãos”? Uma boa reflexão, não?!
Além disso, deve ser assistido levando em consideração os aspectos técnicos. Imagine que esse filme foi feito em 1927! Época em que não havia computação gráfica e nenhuma tecnologia igual às que temos atualmente. Admirável é pouco! Uma obra prima que certamente vai levar seu legado durante muitos e muitos anos. Um daqueles filmes que merecem ser vistos, revistos, analisados e amados!
nayararsberger
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