Desde que foi confirmado que em 2017 — outrora em julho de 2016 — teríamos um novo filme sobre os Power Rangers, não tinha como ignorar a empolgação. Logo, novas informações surgiram, indicando grande potencial. Vieram trailers, posters e a expectativa só aumentava.
E muito disso se deve ao fato de Power Rangers ter sido um grande sucesso dos anos 90, além de nos marcar e fazer parte das nossas infâncias. Embora, alguns spoilers tenham sidos divulgados, não foram capazes de tirar o brilho que o filme carrega.
Nessa nova abordagem, acompanhamos a história de cinco adolescentes escolhidos pelo destino que, ao saberem da terrível ameaça que virá para destruir a Alameda dos Anjos e que são os únicos que poderão combater, deverão unir forças, romperem dificuldades, para juntos, vencerem o mal.
Mais do que um filme de super-heróis, Power Rangers ganha força com os seus personagens. Mesmo que tenha começado a apresentar os mocinhos de maneira abrupta, ainda assim, cativam com tamanho carisma. É absurdamente incrível como o elenco funciona; tanto quanto os diálogos, a interação entre eles é de enorme peso e ganham a audiência.
Do que adianta ser um super-herói e esquecer do que nos fazem humanos? E é dessa maneira que o filme foge dos clichês: apresentando personagens que vão muito além do que jovens delinquentes para formar uma grande equipe. Com as histórias e conflitos que rodeiam cada um, fica difícil não reconhecer como são definidos de maneira honrosa. É nessa proposta que o roteiro de Ashley Miller, Zack Stentz (X-men: Primeira Classe) estabelece o maior triunfo do longa.
O que falar da temerosa e misteriosa Rita Repulsa? Certo que temos uma versão muito diferente da que conhecemos na famosa série de 1993; a sua caracterização é um ponto a relevar, no entanto, a atuação de Elizabeth Banks é grandiosa e faz jus à terrível vilã. Todavia, é notável como a personagem é mal desenvolvida e se resume em apenas efeitos visuais, deixando-a superficial, como também seu embate com os Rangers.
Porém, se por um lado o filme acerta com os protagonistas, por outro, se mostra instável em vários momentos de sua narrativa. Algumas cenas não fazem sentido, outras deixam a desejar, sem falar que a maior parte do filme foca nos seus personagens, o que não é um problema, mas em alguns momentos as cenas rápidas passam uma impressão rasa, como também piadas sofríveis que estão inclusas.
Por conta do foco maior no desenvolvimento dos personagens, a ação tão esperada se estende por poucos minutos, o que deixa a desejar, pois faltou um desenvolvimento maior e tempo dedicado para que fossem mais relevantes e não tão deslocadas como se mostram. Porém, isso não desmerece o grande feito do filme.
Ainda que com algumas falhas, e as faltas das famosas poses e faíscas que foram a marca dos heróis, Power Rangers não decepciona, mas diverte e se destaca com os seus protagonistas. Vale a pena dar uma chance e conferir essa nova roupagem de personagens que conquistaram gerações. Ah, e para não esquecer: uma empolgante cena pós-créditos te espera.
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Felipe Oliveira
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