“A vela fora remendada em vários pontos com velhos sacos de farinha e, assim, enrolada, parecia a bandeira de uma derrota permanente.”
Ernest Hemingway, em 1952, publicou a obra vencedora de um prêmio Pulitzer, O Velho e o Mar. Em 1958 foi adaptada para o cinema pelas mãos do diretor John Sturges (The Great Escape,1963). A versão cinematográfica foi ganhadora de um prêmio Oscar por Melhor trilha sonora, e Spencer Tracy foi indicado na categoria melhor ator.
O enredo conta a história de um pescador (Spencer Tracy), já praticamente idoso, que tem como único amigo um garoto que ouve suas histórias e traz comida para ele. As pessoas da aldeia em que o pescador vive já não dão importância a ele, visto que seu trabalho não andava rendendo muitos “frutos”. Entretanto, certo dia o pescador consegue fisgar um enorme marlim, mas além da dificuldade em conseguir segurá-lo, ele ainda tem que lutar contra tubarões que atacam o peixe. No final, ele volta para aldeia com sua pesca, mas ela estava destruída.
O filme foi rodado em Cuba e possui fotografia em technicolor maravilhosa. A atuação de Spencer Tracy é indescritível. Ele consegue passar para o público toda a emoção que Hemingway impôs ao personagem. O Velho e o Mar é a representação da velhice, momento da vida onde a tendência é a solidão e o descaso por parte das outras pessoas. A luta do pescador demonstra que, apesar de saber que a vida já o deu por vencido, ele ainda podia provar que tinha capacidade de ser relevante. Toda a obra de Hemingway é baseada no fim trágico da vida, (lembrando que o próprio se suicidou com um fuzil em 1961) e, em O Velho e o Mar, ele fez isso de maneira tocante e realista.
Confesso que eu não indico este filme para pessoas que sofrem de ansiedade, pois as cenas do pescador tendo sua mão ferida pela linha do anzol enquanto tenta puxar o peixe são agoniantes. Mas vale a pena. O filme é lindo e nos faz refletir. E, novamente, Spencer Tracy está deslumbrante no papel do pescador! Um misto de fraqueza e força.
nayararsberger
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